Parece que ninguém apareceu para dar o seminário desta manhã. E ninguém sabe de quem era a vez.
Bem, sem mais nada que fazer ficámos a conversar sobre os seminários que já foram feitos e os que estão por fazer. Pois alguns precisam de ajuda a decidir o tema que vão escolher, como eu por exemplo. E só faltam 2 semanas para a minha vez.
Durante isto, aconteceu o mais inesperado. O Sophus estava a queixar-se de dores nas costas. Então, o David disse para nos deitarmos todos no chão para que o Sophus ficasse mais confortável. E assim foi, deitaram-se todos nos chão, menos eu que aproveitei para fazer a reportagem do dia (tirar fotos).
Com isto, começaram a observar o tecto, enquanto o David questionava porque os canos eram a direito e não iam às curvas, ou porque o tecto tinha aquele ângulo e se aquela janela já existia ali desde o principio ou se teria sido posta posteriormente. Ou seja, a questionar tudo, e ver tudo de formas diferentes. A verdade é que ele é mesmo assim. Está constantemente a questionar tudo e criar soluções para todas as perguntas. A mente do David está em constante actividade, é incrível.
Enquanto se questionava quanto aos aspectos da sala, o David lembrou-se de perguntar se alguém já tinha entrado alguma vez na Southwark Gallery, uma galeria pequena mesmo ao lado da escola. Sem esperar pela resposta perguntou se alguém sabia o que estava lá, e mais uma vez sem resposta, disse: “Vamos lá”. Levantou-se, arrumou as coisas, e fomos todos em direcção à galeria. Mas, mesmo antes de sairmos da sala alguém perguntou o que estava por trás daquela porta que está sempre fechada. Ao qual o David respondeu que era a sala de fé, que servia para rezar. Decidiu, então levar-nos lá antes de sair-mos.
Como aquele porta não dá para abrir fomos de volta, pela porta do lado oposto. A sala é uma divisão minúscula, completamente vazia. Tem 4 portas, a que usámos para entrar, a que dá para o studio, uma que diz exit mas não abre e uma mais estranha ainda que é encostada ao tecto e vem só até meio da parede. Esta porta, que alguns responderam que dava para o céu, dá provavelmente para o studio, porque exactamente do lado oposto da parede, no interior do studio, está lá uma porta no mesmo local. Mas estas mentes criativas, ou alucinadas, consoante no que preferirmos acreditar, encontram sempre novas soluções.
Depois de tentar-mos não desrespeitar a sala de fé, fomos, então, direito à galeria. Mas quanto chegámos estava fechada.
Depois de mais algumas questões do David, surgiu-lhe outra ideia. “Vamos todos à biblioteca, e têm 60 segundos para escolher um livro das prateleiras e juntá-lo na mesa”.
Assim fizemos, juntámos os livros e tirámos fotos. De seguida tínhamos 10 segundos para escolher uma pagina e pousar os livros. Mais uma vez, tirei fotos. A seguir, tínhamos de pegar num livro que outro tinha escolhido e escolher uma pagina. Assim fizemos e pousamos os livros, aos quais tirei mais uma foto.
Não sei qual foi o propósito, talvez passar tempo de forma espontânea, mas foi muito divertido. Pode parecer parvo, mas a verdade é que estes momentos libertam-nos, o que ajuda a tornar-nos mais criativos. Não por ter feito uma vez, mas se vivesse assim a minha vida provavelmente ia ser mais feliz e ter uma mente mais aberta, e consecutivamente mais criativa. Isto porque o que muitas vezes nos impede de ter grandes ideias é prendermo-nos a nós próprios. O levar tudo tão a sério só prejudica a nossa capacidade de nos libertar-nos. E é essa liberdade que nos deixa vaguear por ideais alucinantes que podem acabar em excelentes projectos.
Bem, com isto a manhã acabou. Depois de almoço voltámos ao estúdio para uma tutória conjunta. Falámos dos projectos pessoais de cada um, mas nada desenvolvido, porque ainda está tudo no inicio. Só nós é que temos que terminar já a correr.
É muito injusto termos de fazer os trabalhos todos do GD5 quando só apanhamos metade do modulo. Acabamos por ter que fazer o mesmo que os outros mas em menos 2 meses. SIM, 2 MESES!! Nós temos um mês para fazer enquanto eles vão ter mais 2 meses pela frente para os fazer.
Não percebo porque temos de ser tratadas assim. Temos trabalhos a mais daqui e ainda mais lá.